Ir para o conteúdo principal.

Crioablação percutânea de tumores

Soluções intervencionistas

A crioablação percutânea, ou mais simplesmente "crio", é um tratamento guiado por imagem minimamente invasivo que destrói (extirpa) tumores e outros tecidos alvo com frio extremo, poupando o tecido saudável circundante.

Perguntas e respostas

Como funciona a crioablação percutânea?

Após a administração de anestesia ou sedação consciente, uma ou mais criossondas (agulhas finas) são inseridas dentro ou próximo ao tumor. O médico usa uma imagem de TC para orientar a inserção e verificar se a ponta da criossonda está posicionada com precisão. Uma vez posicionada corretamente cada criossonda, um criogênio (agente de congelamento) circula dentro da sonda para criar uma esfera de gelo muito fria na extremidade. A esfera de gelo engloba (engolfa) todo o tumor, mais uma margem de segurança além das bordas do tumor, o que é verificado por uma TC. Feito isso, o médico então aquece e remove as criossondas.

Como o gelo destrói as células e o que resta?

O gelo letal destrói tumores com uma combinação de efeitos. Basicamente, o congelamento resseca as células e as danifica irremediavelmente. Em última análise, corta o suprimento de sangue do tumor. Deixa para trás um tecido inofensivo que é absorvido pelo corpo ao longo do tempo.

Quais são as vantagens da crioablação percutânea?

O congelamento é um processo natural que, normalmente, é bem tolerado pelo corpo. Em geral, a crioablação está associada a menos dor durante e após o procedimento em comparação com tratamentos baseados em calor, como a ablação por radiofrequência, e o tempo de recuperação é menor do que na cirurgia1. Embora nenhum tratamento tenha garantia de sucesso, uma característica distintiva da crio é sua repetibilidade, se necessário2-4.

Que tipos de condições podem ser tratadas com crioablação percutânea?

Tumores de rim, pulmão e fígado:

A crioablação percutânea é frequentemente usada para tratar tumores de rim, pulmão e fígado. Nos rins, os dados clínicos mostram quase 100% de eficácia para tumores de até 4 centímetros de diâmetro5.

Metástases ósseas dolorosas, como parte dos cuidados paliativos:

Algumas metástases (câncer que se espalha para outras partes do corpo) ósseas tornam-se dolorosas, porque o tumor ataca o osso e cria buracos que o tornam fino e fraco. À medida que o tumor atinge os ossos, as terminações nervosas circundantes enviam sinais de dor ao cérebro. A crioablação pode ser usada como um tratamento paliativo (não curativo) para reduzir essa dor. Vinte e quatro semanas após a crioablação em metástases ósseas dolorosas, 69% dos pacientes relatam uma queda de, pelo menos, 2 pontos (em uma escala até 10) nos escores médios de dor6.

Tecido nervoso, no tratamento da dor:

A crioablação congela os nervos para proporcionar alívio da dor nevrálgica crônica. A crioablação interrompe o sinal de dor ao danificar fisicamente o nervo. Os nervos são revestidos por bainhas de proteínas básicas, chamadas de mielina. Sem essa camada protetora externa, o nervo não pode se comunicar com o cérebro. Congelar o nervo, na verdade, destrói esse revestimento de mielina7. Congelar os nervos doloridos após a cirurgia torácica mostrou reduzir significativamente os escores de dor e manter esse efeito por semanas a meses8.

Quem é candidato à crioablação percutânea?

Quase qualquer adulto com um tumor irressecável (não operável) que requeira tratamento pode ser candidato à crioablação percutânea. Como muitos pacientes podem ser tratados com sedação consciente, os pacientes que não podem receber anestesia geral também podem ser excelentes candidatos à crioablação. Pacientes com doença metastática extensa podem ou não ser candidatos à crioablação. Seu médico irá lhe informar se a crio é apropriada para você.

Quanto tempo dura o procedimento?

Seu médico pode responder melhor a essa pergunta, mas um procedimento típico de crioablação percutânea leva cerca de uma hora e meia a duas horas.

Como me preparo para o procedimento?

O seu médico irá lhe informar sobre a melhor forma de se preparar para o procedimento. Os pacientes que estão tomando certos medicamentos, como anticoagulantes, podem ter que parar vários dias antes do procedimento. As restrições alimentares antes do procedimento e o que levar com você variam de pessoa para pessoa. Verifique com o seu médico as instruções pré-procedimento.

O que acontecerá após o procedimento?

Normalmente, após o procedimento, você será levado para uma área de recuperação, onde será monitorado por um determinado período de tempo. Se o seu procedimento exigir que você passe a noite, você será levado para o seu quarto assim que puder ser removido com segurança. Caso contrário, você pode ser autorizado a ir para casa no mesmo dia. A maioria dos pacientes pode retomar sua rotina normal em um ou dois dias, dependendo da orientação do seu médico.

Quanto tempo dura o período de recuperação?

Embora cada pessoa seja diferente, a maioria dos pacientes se recupera rapidamente. Normalmente, os pacientes passam apenas uma noite no hospital ou podem até ir para casa no mesmo dia. A maioria dos pacientes tem uma recuperação completa dentro de mais ou menos uma semana. No entanto, como em qualquer procedimento médico, existem riscos e você deve sempre seguir de perto a orientação do seu médico.

Como meus resultados serão monitorados?

Seu médico agendará uma tomografia computadorizada logo após o procedimento. Tomografias computadorizadas de seguimento também podem ser usadas para monitorar seu progresso ao longo do tempo.

Quais são os riscos da crioablação percutânea?

Como em qualquer procedimento médico, existem riscos e complicações potenciais relacionados à crioterapia percutânea. Seu médico irá lhe informar os riscos específicos antes do procedimento.

Referências

  1. Yılmaz S, et al. Use of cryoablation beyond the prostate. Insights Imaging. 2016;7(2):223-232.
  2. Higgins, LJ, et al. Renal Ablation Techniques: State of the Art. AJR Am J Roentgenol. 2015 Oct;205(4):735-41.
  3. Venkatesan AM, et al. Percutaneous Ablation in the Kidney. Radiology. 2011;261(2):375–91.
  4. Thacker PG, et al. Palliation of painful metastatic disease involving bone with imaging-guided treatment: comparison of patients' immediate response to radiofrequency ablation and cryoablation. AJR Am J Roentgenol. 2011 Aug;197(2):510-5.
  5. Gunn AJ et al. Society of Interventional Radiology Quality Improvement Standards on Percutaneous Ablation in Renal Cell Carcinoma. J Vasc Interv Radiol. 2020 Feb; 31(2):195-201.
  6. Callstrom MR, et al. Percutaneous image‐guided cryoablation of painful metastases involving bone. Cancer. 2013;119(5):1033-1041.
  7. Hooshmand H, et al. Cryotherapy Can Cause Permanent Nerve Damage: A Case Report. American Journal of Pain Management. 2004; 14: 63-70.
  8. Moore M et al. CT Guided Percutaneous Cryoneurolysis for Post Thoracotomy Pain Syndrome. Academic Radiology, 2010 May; 17(5):603-6.